sábado, 13 de setembro de 2014

Os cânticos na celebração da Eucaristia


 
Todas as liturgias constam de quatro partes fundamentais:
a) Ritos iniciais b) Liturgia da Palavra c) Liturgia própria do Sacramento (neste caso Liturgia Eucarística) c) Ritos conclusivos

1. ENTRADA

A procura de Deus através da Igreja. – O amor de Deus que nos escolheu e nos convoca. – Um aspeto da salvação segundo o ano litúrgico. Com ele damos início à celebração eucarística. Não é qualquer canto que se pode utilizar para a entrada de uma celebração. A sua função é criar comunhão. O seu mérito é convocar a assembleia e, pela fusão das vozes, juntar os corações no encontro com o Ressuscitado.

2. ATO PENITENCIAL (Kyrie eleison)

Senhor, tende piedade de nós. – Exprimimos o senhorio de Cristo, a sua misericórdia e louvor. É uma aclamação suplicante a Cristo-Senhor. É o Canto da assembleia reunida que invoca e reconhece a infinita misericórdia do Senhor.

3. GLÓRIA

O Glória é um hino muito antigo que data aproximadamente do séc. II d. C. É uma belíssima doxologia (ou louvor a Deus), fruto poético das comunidades cristãs primitivas, cuja fonte é a Bíblia. O Glória convida-nos a glorificar a Deus Pai, a Cristo Cordeiro de Deus. É uma invocação trinitária da antiguidade. É a forma da Igreja reunida no Espírito Santo, louvar a Deus Pai e suplicar ao Filho, Cordeiro e Mediador. Este é um hino de louvor, alegre e festivo, que deve ser cantado (ou recitado) por toda a assembleia.

4. SALMO RESPONSORIAL

O Salmo é uma resposta da comunidade à Palavra escutada na primeira leitura. O livro dos Salmos do Antigo Testamento reúne um conjunto de 150 composições poéticas, muitas delas, segundo a tradição, escritas pelo Rei David. Estes textos eram usados nos momentos de oração do povo de Israel. Exprimem muitos dos sentimentos vividos pelo povo, em diferentes situações de dificuldade, de perseguição, de abandono. Deve ser introduzido por um refrão simples, com uma melodia simples. As estrofes devem ser cantadas por um salmista que vai dando melodia à Palavra de Deus. A melodia deve estar de acordo com o texto (se é um texto de súplica, não deve ser uma melodia de festa; se é um canto de louvor, não deve ser uma melodia triste…).

5. ALELUIA

É uma introdução, preparando a assembleia para o que será proclamado. Por outras palavras, o canto que precede a proclamação do Evangelho nada mais é do que um “viva” pascal ao Verbo de Deus, que nos tirou das trevas da morte, introduzindo-nos no reino da vida.

6. APRESENTAÇÃO DOS DONS

É um canto que acompanha a procissão dos dons. O texto do canto não precisa de falar de pão e de vinho e muito menos de oferecimento ou oblação. Outro dado importante: tudo o que for apresentado como oferta não poderá voltar ao dono. Tem de ser partilhado ou doado. Caso retorne, não tem sentido ser ofertado. Não é obrigatório cantar neste momento. Pode optar-se por fazer silêncio ou uma música de fundo.

7. SANTO

O Santo, introduzido na Celebração Eucarística no séc. IV na Igreja do Oriente e no séc. V na Igreja do Ocidente. A letra do Santo é formada por duas partes: a primeira parte “Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo, o céu e terra proclamam vossa glória…”, reproduz o louvor celeste dos Serafins conforme o relato de Isaías 6, 3 (…). a segunda parte: “Bendito o que vem em nome do Senhor…”, expressa o grito de triunfo do povo de Deus que acolhe e aclama o Messias, o Salvador.

8. CORDEIRO DE DEUS

O Cordeiro tem uma particularidade especial, é um canto sacrificial que dá sentido ao gesto de Jesus ao partir do pão. Bom seria que tivesse um solista que cantasse a primeira parte e a assembleia respondesse na segunda parte. O “Cordeiro de Deus” é uma prece litânica: após cada invocação entoada pelo(a) cantor(a), a assembleia responde com o “tende piedade de nós” e no final com o “dai-nos a paz”.

9. COMUNHÃO

Mistério de Cristo e comunhão fraterna. – Identificação com Cristo no Evangelho de cada dia. – Os frutos de uma vida em Cristo. Neste momento da celebração devemos sentir-nos verdadeiramente unidos e irmãos. É um canto que se inicia quando o sacerdote comunga e prolonga-se enquanto dura a comunhão de todos os fiéis, ou até ao momento que se julgue oportuno. Tendo o cuidado de se dar um tempo de silêncio e de louvor, no momento de ação de graças.

10. FINAL

A Eucaristia não termina, porque se prolonga na vida. É preciso que os participantes saiam comprometidos, com esperança, com a sensação de ter crescido em fraternidade, mais comprometidos… O Canto Final não faz parte da Liturgia. É um canto que se chama “ad libitum”, quer dizer, nesta intervenção musical os músicos são livres de planificar e escolher a música que se proporcione para um final adequado à celebração.
 in VOZ DE LAMEGO

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