sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

AINDA NÃO PERCEBEMOS?

Espanta-me o dogmatismo dos que contestam os dogmas.
Aflige-me a incoerência dos que se dizem coerentes.
Perturba-me uma certa tirania dos que excelsam a liberdade.
E confesso que me assusta a intolerância dos que se apresentam como tolerantes.
Não há nenhum direito a matar, ponto. Mas existirá algum direito a ofender?
Uma liberdade com limites é liberdade? Claro que é. Aliás, haverá algo humano que seja ilimitado?
Não deixa de ser curioso que pessoas que negam o divino se arroguem um estatuto que só está ao alcance da divindade.
Mas deixemos Deus de lado. E, deixando Deus de lado, facilmente concordaremos com Alberto Caeiro: «O que não tem limites não existe. Existir é haver outra coisa qualquer, e portanto cada coisa ser limitada».
Existir é viver dentro de limites, é ser livre dentro de limites.
Penaliza-me que não queiramos perceber o que aconteceu em Paris.
Há mais de 200 anos, aquando do terramoto, Voltaire indignava-se porque se morria em Lisboa e se dançava em Paris.
Agora, mata-se em Paris e parece que teimamos em continuar a assobiar para o lado.
Algo tem de mudar. Alguém tem de mudar. E não apenas os outros!
Fonte: aqui

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